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segunda-feira

Movimento Litúrgico




Espero que esta reflexão possa florescer em nós um senso crítico, frente a realidade litúrgica que nós estamos vivendo em nossos dias.


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Reforma da Reforma


Sua Santidade o Papa Bento XVI, com seu Mestre de Cerimônias o Revmo. Mons. Guido Marini tem apresentado nas Celebrações Litúrgicas algo que, muitos têm chamado de rompimento com o Concílio Vaticano II. Certos (a) Liturgista(s) que criam laboratórios de liturgia, opinam ser isso algo inaceitável em pleno século XXI. Mas não é sobre a opinião de pessoas que não conhecem o inexaurível tesouro litúrgico da Santa Igreja Romana que quero falar. Mas para todos nós que estamos com o Santo Padre isso é voltar as Fontes. Não existe expressão melhor para designarmos tal atitude: “Voltar as Fontes!”


Como muito bem nos apresentou o Revmo. Padre Paulo Ricardo, nas palestras publicadas em seu site, dizendo sobre “A Igreja e o Mundo Moderno”, o Pe. Ratzinger defendia que a Igreja deveria voltar às fontes, aos primórdios, ao âmago do Cristianismo e com essa atitude pudesse viver na Práxis Litúrgica a sua Espiritualidade.


A Espiritualidade Litúrgica jamais poderia ser encontrada se em cada região fosse inculturados elementos de sua realidade, isso seria um rompimento não “apenas” com a Tradição da Igreja, mas com Nosso Senhor. Será que na Bahia Jesus Cristo morreria caracterizado com as vestes populares de lá? No Rio ele morreria de sunga? Na África ele usaria um turbante? Não. Então isso não deve acontecer nas Celebrações Litúrgicas, essa falsa interpretação nos leva ao abismo, ao erro. Não se deve incrementar a Liturgia com essas particularidades, pois ela é um Culto de Adoração a Deus e não para satisfazer o homem.


A Santa Missa é momento de reunidos em Comunidade, através do Sacerdote ofertarmos nossa vida a Deus e pelo Sacerdote é oferecido o Sacrifício único, perfeito e incruento da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor, para Nossa Salvação. Essa falsa doutrina de Povo, de Comunidade, que muitas vezes vemos em livros de “liturgia”, em músicas do jornalzinho Dominical, não condiz com a realidade. A Participação do povo não é de junto com o Sacerdote oferecer o Sacrifício, mas é aquilo que diz São Pio de Pietrelcina: “... Assistir a Stª Missa assim como Nossa Senhora e São João estavam no Calvário”. Essa é a melhor forma de se participar da Santa Missa, com um Coração Adorante e Grato a Nosso Senhor por magna expressão de Amor e Doação.


Não é dançando na Missa, não é inventado Missas... (Uma opinião minha: “Hoje em dia existe „Missas‟ de todos os tipos, será que não teremos a Missa de Nosso Senhor celebrada dignamente?! Não estou dizendo que o Sacrifício não é válido nessas celebrações, se tem ou não validade não cabe a mim, mas que se distancia tanto de uma Celebração Litúrgica, pelo menos se distancia de um Culto Católico”).


A Constituição Sacrossanctum Concilium não permiti que se invente uma nova forma de celebrar. Como Sua Santidade o Papa Bento XVI sabe que a “pregação converte, mas o testemunho arrasta”. Com sua maneira simples e não arrogante como muitos diziam, sem querer impor, parte dele a iniciativa de “ensinar o padre como que se reza a Missa” (não me entendam mal!). Para não ficar naquilo que diz o ditado popular “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço” ele apoiado por seu Mestre de Cerimônias tem dado a toda Igreja uma excelentíssima pregação Evangélica, a maneira como ele Celebra a Stª Missa.


É pela Sagrada Liturgia que nós seremos salvos, como diz Pe. Paulo Ricardo: “Se salvarmos a Liturgia, seremos salvos por ela”. Nossa Sociedade hodierna tem perdido o valor do Sacrifício. Já não sabemos nem o que é sacrificar-se, por essa razão tem sido desvalorizado o Valor Salvífico da Oblação Perfeita e Cruenta de Nosso Senhor no Calvário.


Com exemplo do St° Padre nós Católicos do mundo inteiro, posso dizer com essa propriedade, pois é de fato desejamos que em nossas Paróquias o verdadeiro povo de Deus receba a maior Libertação, a da escravidão do pecado, através do Santo Sacrifício dignamente celebrado, mesmo que com os objetos mais simples, mas que sejam dignos de Nosso Senhor. Os filhos e filhas de Deus têm mais fome de participarem da Santa Missa bem celebrada do que fome de pão.


O alimento fisiológico é necessário, mas o alimento da alma é indispensável. Se como diz São Pio: “É mais fácil a Terra viver sem o Sol do que sem a Santa Missa”, podemos dizer, é mais fácil vivermos sem pão físico, do que sem o Pão da Vida Eterna, assim como viveu no término de sua caminhada cristã, Beata Alexandrina.


Com a graça de Nosso Senhor exerço a função de Mestre de Cerimônias em minha Comunidade Paroquial e a exemplo do Sucessor de São Pedro, Vigário de Nosso Senhor aqui na Terra, tivemos a graça de no dia 18 de Julho no Retiro Trono de Adoração, organizado pela Missão Trono de Adoração, a qual faço parte, que tem como Chamado a Adoração Eucarística a Nosso Senhor Sacramentado, o Anúncio Missionário e a Consagração dos Lares ao Imaculado Coração de Nossa Senhora. Sob o zelo Espiritual do Revmo. Padre José Olavo Píres Trindade, EP, termos a Celebração da Santa Missa dignamente. E aproveitamos para na ocasião ornarmos o Altar com o “Arranjo Beneditino”.


Foi uma grande alegria para o meu coração, como Cerimoniário, Católico e também para todo o povo presente, vimos também o que estava expresso nas palavras do Celebrante quando na homilia e ao final da Cerimônia expressou sua gratidão por jovens quererem viver a Fé Católica em obediência ao Santo Padre.


O que é mais interessante, não é “simplesmente” como estava ornada e como foi celebrada a Santa Missa (Isto é de fato importante), mas sim, o fato de os corações também estarem preparados para tal, a celebração que teve quase duas horas de atraso, porque Pe. Olavo ficou atendendo os presentes em confissão. Os que participavam, ali estavam com o Coração Adorador, tivemos também algumas partes cantadas em Latim. Esse é o desejo do Papa Bento XVI com a Reforma da Reforma, recriar em nós uma verdadeira Espiritualidade Eucarística, essa que não pode ser inventada, mas é Dom de Nosso Senhor a todos os que desejam. Nós Desejamos!


Início estas reflexões com este texto para percebermos na prática como é essa “Reforma da Reforma, hermenêutica da continuidade”, que o Santo Padre, Bento XVI tem suscitado no Coração da Igreja.



“Reforma da Reforma, hermenêutica da continuidade”


“O ensinamento de Bento XVI sobre a unidade inseparável entre fé professada, ação litúrgica e novo culto, resulta ser um desenvolvimento do n. 7 da Constituição Sacrosanctum Concilium: "cada celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é ação sagrada por excelência, e nenhuma outra ação da Igreja é igual à sua eficácia com o mesmo título e o mesmo grau". A doutrina de Bento XVI a este propósito representa um paradigma de recepção dos textos conciliares. Estamos aqui na presença da hermenêutica da continuidade que o Santo Padre recordou explicitamente como necessária chave de compreensão e recepção do Vaticano II (cf. n. 3, nota 6). 


O mestre de cerimônias do Papa, monsenhor Guido Marini, indica que é preciso uma nova reforma litúrgica, que se alinhe com a tradição da Igreja e respeite as sugestões do Concílio Vaticano II.


O pedido da "reforma da reforma litúrgica" foi expresso em uma palestra que Marini proferiu no último dia 6, organizada pela Confraria do Clero Católico da Austrália e dos Estados Unidos.


O sacerdote explicou que esta reforma deveria representar um passo a frente na compreensão do verdadeiro espírito da liturgia.O responsável pela liturgia no Vaticano assegurou que a renovação da liturgia deveria refletir "a ininterrupta tradição da Igreja", incorporando as sugestões do Concílio Vaticano II no seio dessa tradição. As reformas conciliares, insistiu, devem ser entendidas no contexto de continuidade com as tradições de séculos anteriores.


"A única disposição que nos permite manter o verdadeiro espírito da liturgia é considerar tanto a liturgia atual quanto a passada como um único patrimônio em constante desenvolvimento".
Mons. Marini lamentou que a necessidade de renovação seja evidente, especialmente devido à extensão mundial dos abusos litúrgicos. "Não é difícil perceber o quanto alguns comportamentos estão distantes do verdadeiro espírito litúrgico", disse o sacerdote, acrescentando que "nós, os sacerdotes, somos os principais responsáveis por isso."


Citando as obras do então cardeal Ratzinger, antes de sua eleição como Bento XVI, o liturgista italiano enfatizou que a forma da liturgia é estabelecida pela Igreja e não pode ser alterada arbitrariamente por qualquer padre.


Nesse sentido, Mons. Marini condenou o "comportamento despótico" dos sacerdotes que fogem às regras litúrgicas e enfatizou que a liturgia "não está disponível para que façamos uma interpretação pessoal dela".
"Que loucura é, efetivamente, que reclamemos para nós o direito de mudar, subjetivamente, os sinais sagrados que o tempo foi moldando, através dos quais a Igreja fala de si mesma, de sua identidade e de sua fé!", exclamou.


Voltados para Deus



O liturgista vaticano também defendeu a celebração tradicional "ad orientem" (ou versus Deum, em que tanto o padre quanto o povo ficam voltados para o altar), que tem suas raízes nas origens do cristianismo.


"Em nosso tempo, o conceito de 'celebrar de frente para o povo' entrou no nosso vocabulário comum. Se a intenção de usar essa frase é para descrever a localização do padre, que hoje se encontra de frente para a comunidade devido à posição do altar, isso é aceitável. Mas seria absolutamente inaceitável no momento em que fosse utilizada como uma proposição teológica. Teologicamente falando, a Santa Missa, de fato, é sempre dirigida a Deus através de Cristo, nosso Senhor, e seria um grave erro imaginar que a orientação principal do ato de sacrifício é a comunidade".


Monsenhor Marini explicou que cada um dos aspectos da liturgia deve estar destinado a promover a adoração. O clérigo assinalou que o Papa Bento XVI iniciou a prática de dar a comunhão aos fiéis na língua enquanto estão ajoelhados, que é um "sinal visível de uma atitude apropriada de adoração diante da grandeza do mistério da presença eucarística do nosso Senhor.


Ao mesmo tempo em que animou de coração a uma participação de todos na liturgia, Marini também disse que ela "não seria realmente uma participação ativa se não conduzisse à adoração do mistério da salvação em Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou por nós".

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